Autor:

Marcus Vinicios Cardoso

Marcus Vinicios Cardoso

Advogado, professor e redator.

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O MEU INSS oferece um simulador online que permite aos cidadãos estimar os benefícios previdenciários aos quais têm direito. Embora demonstre uma noção de tempo, é importante ressaltar que a confiança cega no simulador do INSS pode ser arriscada.

 Neste artigo, exploraremos as razões pelas quais não se deve depender exclusivamente dessa ferramenta ao planejar a aposentadoria ou outros benefícios previdenciários.

1. NÃO HÁ CONSIDERAÇÃO DE PERÍODOS DE CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINARIOS.

Nos cálculos realizados para a concessão de um benefício previdenciário é necessário ter em consideração todo o contexto contributivo do segurado, além dos vínculos regulares realizadas pelo empregador ou por meio de serviço autônomo é essencial ter em consideração outras contribuições que devem ser incluídos na contagem:

I. Período de contagem rural

II. Período de contagem militar

III. Período de cargo público com contribuições em regime de previdência próprio

IV. Períodos de contribuições como autônomo

V. Períodos de contribuições não realizadas pelo empregador

Quando realizado a análise pelo aplicativo do MEU INSS, o cálculo estimado não leva em consideração todos os fatores externos que podem influenciar seu benefício previdenciário e não realiza a correção destes vínculos, realizando os cálculos apenas com períodos totalmente regulares.

2. NÃO HÁ CONSIDERAÇÃO DE PERÍODO EXERCIDO EM ATIVIDADE ESPECIAL

Os períodos exercidos em situação de insalubridade ou periculosidade devem ter um tratamento especial na contagem de tempo dentro do INSS, isso porque a exposição prejudicial à saúde reduz o tempo de contribuição e justifica o motivo da concessão de um benefício por incapacidade.

Portanto, o cálculo realizado pelo sistema da autarquia não realiza esse tipo de personalização pela complexidade da análise.

Casos como aposentadoria especial ou com períodos especiais, benefícios para pessoas com deficiência e outros cenários específicos. O simulador pode não levar em conta essas situações e, portanto, não fornecer estimativas precisas.

3. NÃO HÁ SOMATÓRIA DE PERÍODOS INTERCALADOS DE CONTAGEM DE AUXÍLIO DOENÇA

O período em que o segurado estiver afastado do trabalho por motivos de doença deve ser considerado no tempo de contribuição, durante o período de recebimento do benefício será considerado para o cálculo da média dos seus salários de contribuição o valor do salário de benefício que serviu como base para o cálculo da renda mensal, com todos os reajustes determinados por lei no período.

O grande prejuízo é que o simulador do INSS não considera esses cálculos para a concessão de outro benefício.

4. NÃO ANALISA A COMPLEXIDADE DAS REGRAS PREVIDENCIÁRIAS.

O sistema previdenciário brasileiro é notoriamente complexo, tendo dezenas de regras específicas, para que o cálculo conceda a MELHOR REGRA DE BENEFÍCIO é necessário que todos as correções sejam realizadas.

As regras variam de acordo com o tipo de benefício, o tempo de contribuição, o valor da contribuição e outras variáveis. O simulador do INSS pode fornecer apenas uma visão simplificada dessas regras e pode não considerar todas as nuances do seu caso.

5. NÃO HÁ PRECISÃO DOS DADOS PESSOAIS

A precisão dos resultados obtidos com o simulador do INSS depende dos dados que o sistema previdenciário e fiscal insere no software.

Qualquer imprecisão nas informações fornecidas pode levar a estimativas incorretas. Por exemplo, se as datas de contribuição ou os valores das contribuições estiverem errados, os resultados do simulador serão inconfiáveis.

Uma das razões mais importantes para não depender exclusivamente do simulador do INSS é a importância de obter orientação personalizada de profissionais especializados em direito previdenciário. Advogados especializados podem analisar detalhadamente a sua situação, levando em consideração todas as variáveis, e oferecer orientações específicas de acordo com o seu caso.

O simulador do INSS é uma ferramenta útil para obter uma noção inicial dos benefícios previdenciários aos quais você pode ter direito, mas não deve ser a única fonte a ser considerada, dada a complexidade do sistema previdenciário as mudanças frequentes nas leis, a necessidade de dados precisos e a existência de casos especiais, é fundamental consultar profissionais especializados para tomar decisões financeiras importantes relacionadas à aposentadoria e benefícios previdenciários.

 A confiança cega no simulador do INSS pode levar a estimativas imprecisas e a decisões financeiras equivocadas, o que pode afetar negativamente seu futuro previdenciário. Portanto, use o simulador como um ponto de partida, mas não como a única fonte de informação em sua jornada previdenciária.